quarta-feira, novembro 02, 2005


Sábado, Janeiro 22, 2005


À noite, enquanto o sono não chegava, coloquei-me a pensar.
Nessas horas, tudo de absurdo nos vem à cabeça e a mente fervilha, ao invés de descansar.
Pensamentos nessa hora, poucas vezes são profícuos, mas chegam a ser interessantes.
Como o carnaval se aproxima, veio-me à cabeça o Rio de Janeiro. Berço nacional do samba e orgulho do nosso intrudo. Cidade que amo pela beleza natural e pelas pessoas que ali vivem.
Um pensamento leva a outro e acabei chegando à conclusão que: Se no Brasil tudo acaba em pizza, no Rio, tudo acaba em samba. Samba e favela...
No samba nem vou me alongar porque todo mundo sabe do seu poder e conhece ao menos uma marchinha.
O que me interessa na verdade é que, na Cidade Maravilhosa, tudo acaba em favela. Sim favela e não "núcleo de sub-moradia", termo criado por paulistas para mascarar sua pobreza e escondê-la em seus projetos Cingapuras.
No Rio o termo favela é assumido, quando muito chamado de morro, mas o nome não muda nada. Parece até que os cariocas se orgulham das suas, organizando excursões para gringos ávidos por aventura.
Mas, voltando:
Sim, no Rio tudo acaba em favela. Senão, vejamos:
A Sá Ferreira onde acaba? Em uma favela.
A Vieira Souto/Delfim Moreira, acaba onde? Em uma favela.
A exceção é São Conrado que não acaba em favela....começa em uma.
Onde fica a vista mais deslumbrante do Rio, senão na Favela do Vidigal?
Por outro lado, socialmente falando:
Onde mais um garoto de seus 13, 14 anos pode trabalhar llivremente sem sair do seu bairro, ganhando um salário melhor que muito pai de família e podendo andar armado?
Em qualquer outro lugar do país seria proibido por lei de proteção ao menor. Isso sem falar na lei do porte de arma.
Em que outro lugar o policial pode complementar sua renda, sem precisar fazer bico (proibido por lei) e ainda ostentando uma farda para aceitar livremente a propina, senão em uma favela?
Onde é mais fácil encontrarmos uma bala perdida do que no Iraque? Essa é moleza...favela.
Concluo, portanto, que a favela é o futuro do país. Devemos tecer loas a essa maravilhosa invenção carioca!
Mas, porque será que não se tem favela ainda nos morros do Pão de Açucar e Corcovado? Na Lagoa eu sei que não tem, porque ali no meio ficaria impraticável. Mas, para tudo dá-se um jeito.
Cheia de dúvidas, mas com algumas certezas, finalmente sinto o sono chegando. Mas, fico com uma sensação gostosa de poder participar da história. Porque, se tudo acaba em pizza, samba e favela, vou subir o morro, atrás do bom e velho samba, carregando comigo uma saborosa "1/2 marguerita - 1/2 portuguesa". Afinal, sou brasileira e não desisto nunca.

Do leme ao Pontal, não há nada igual...

Alegria - 5:14 PM

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nome: Turista
nascimento: 12/02
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Fiz de mim o que não soube,
E o que podia fazer de mim não o fiz.
0 dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era
e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir
o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

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