quarta-feira, novembro 02, 2005


Sábado, Outubro 23, 2004

Acordou naquela manhã, após mais uma noite mal dormida e cheia de lembranças.
A tristeza nunca a abandonava e a depressão já era sua companheira.
Vestiu-se como se fosse um trabalho hercúleo, procurando forças para um novo dia.
O céu gritava toda sua imensidão azul, mas ela nem notou.
Resolveu sair de seu casulo e andar na orla. Haveria de encontrar coragem para o que estava disposta a fazer.
Em sua caminhada começou a pensar nas pessoas. Fez um restrospecto mental e a tentou respostas às questões tantas vezes formuladas:
- Porque me jogaram areia no olhos, turvando minha visão da realidade, se ninguém poderia me servir de colírio?
- Quantos me causaram dor, mas nunca me serviram de lenitivo?
Para nenhuma encontrou a resposta.
Em sua caminhada achava-se muito só, por não fazer idéia de quantos corações estavam atrelados e eram dependentes do seu!
Olhava para as crianças na areia, construindo seus castelos e pensava nos próprios sonhos desfeitos. Lembrou-se de uma música que explicava esse sentimento:
"...fique assim, sempre assim, sem crescer,
Porque o mundo é ruim. É ruim
e você vai sofrer de repente,
Uma desilusão, porque
O mundo é somente um bicho-papão..."

Quando deu por si, havia atravessado toda a orla.
Dirigiu-se às pedras e ali sentou. Poderia saltar naquele momento, naquela hora, em direção ao nada...
Quase conseguiu a coragem.
Observando o movimento em volta, notou outras vidas em torno de si. Pessoas chegavam para apreciar o pô-do-sol. Era deslumbrante vê-lo dali, mas para ela não fazia muita diferença. Só mais um dia que terminava...
Chegou-se mais próxima ao precipício, afinal, viver era uma constante travessia por ele.
Não haveria falta, não faria diferença, desobrigaria as pessoas à sua existência.
A noite estava próxima, como a noite que lhe ia na alma.
Nesse instante, sentiu um braço cruzando-se em seus braços.
Sem fazer perguntas e nem esperar respostas, deixou-se ficar.
De repente notou que esse gesto formava um elo. Braços que se juntam formam um elo!!!
Trazem as pessoas mais próximas, fazem-nas queridas. Tornam-se úteis!
Desistiu de deixar de viver. Notou que assim como alguém a segurava, também era por ela segurada. Ganhara, talvez, uma amiga ali naquele gesto inexplicável.
Sim, a vida era dura, amarga e difícil. Mas era vida o que se fazia naquele pôr-de-sol e que a natureza teima em nos contemplar, mesmo que por vezes, mas nos demos conta.
Foi arrancada de suas divagações pela multidão que aplaudia o último raio-de-sol a se esconder por trás da montanha.
Colocou-se a acompanhar os aplausos, naquele gesto piegas de quem ama e é amado.
Sentiu-se vivendo outra vez!
A outra cadeia do elo chorava. Não sabia porque, mas haveria de descobrir.
Afinal, nem sempre dois amigos que choram juntos, choram pelo mesmo motivo....
O espetáculo se completou. Era noite agora.
Outra música veio-lhe à mente, dessa vez, trazendo de volta a paz e a esperança.

"Mas é claro que o sol,
Vai voltar amanhã...."

(Todo esse texto é fruto dessa minha eterna e imortal "fé na vida, fé nos homens, fé no que virá...")

Alegria - 4:40 PM

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nome: Turista
nascimento: 12/02
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Fiz de mim o que não soube,
E o que podia fazer de mim não o fiz.
0 dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era
e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir
o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

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